domingo, 12 de dezembro de 2010

Cris, espera

Um desespero nessa tarde senegalesa, esse inferno de terceiro mundo em que não há civilidade mínima, porque qualquer ser começa a derreter antes mesmo de terminar a montação. Começa-se pelo buço, suando em bicas.

Uma amiga disse que não aguentava a bunda suando, na madrugada. Todo mundo saiu lindo, cheiroso, em meia hora estavam todos e todas desaguados de calor. Sentia-me esvaindo atrás das pernas. O cabelo, azedo. O sutiã, então - ah, é, nem usei.

Mas não é isso.  O desespero é um maior, mais distante, embaixo. Não há mais deuses astronautas. E as pessoas perguntam demais, querem saber demais. Olham demais. E pra quem? Pra ninguém. Esquecem-se de que somos todos uns fidaputa, zé ninguém, mané de onde o judas se ferrou. Podem nos deixar em paz, já que somos todos fodidos?

Não é isso também. Prisão. Esse Senegal, além de tudo, é um labirinto, uma rinha. Isso! Um poleiro de rinhas! Que merda, prefiro w.o.. Podem ficar com o que quiserem. Partiu. Vou ver Cristina.

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