segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

dragagem

Era aquele verme que a tia sempre dizia, giárdia. Desconfiava que fosse. Depois, achava que era fome – foi meu desastre, porque, por anos, décadas, socava tudo que pudesse lhe pôr fim. Não deu. Com certo acompanhamento, depois do desenvolvimento intelectual e de poder atravessar a rua sem ser pega por bicicleta ou jamanta, fui ver direito. Não falo o nome. É um demônio, isso aqui. Busco desprezá-lo para não se agigantar aqui fora e me matar de vergonha, coisa que ele sabe como ninguém. Mas está aqui, sapateando e cantarolando morte e sofreguidão. É a canção que ele sabe tocar, enquanto draga o estômago da gente.

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